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quinta-feira, julho 14, 2011

Descobertos manuscritos inéditos que podem ser de Guerra Junqueiro

Uma caixa com várias centenas de manuscritos, que se acredita possam ser de Guerra Junqueiro (1850-1923), foi descoberta na colecção duma casa privada, no Norte do país. A notícia foi avançada pela Antena 1, que cita e ouve Antero Braga, da Livraria Lello, a quem o espólio foi mostrado e confiado na tarde de ontem.

Depois de analisar os documentos, o livreiro ficou com a firme convicção de que se trata de manuscritos do autor de “A Velhice do Padre Eterno”. “A letra, o tipo de papel, em que se nota a erosão do tempo, mesmo se está em óptimo estado, e também os atilhos usados, além das datas (da década de 1890), apontam todos para que sejam manuscritos de Guerra Junqueiro”, reafirmou hoje ao PÚBLICO Antero Braga. O livreiro lembra, de resto, que a antecessora da Lello, a Chardron, fundada em 1869, foi a primeira editora do escritor. E a livraria tem mesmo actualmente em exposição numa das suas paredes uma carta enviada por Guerra Junqueiro a Ernesto Chardron. “A semelhança da letra é clara”, diz Antero Braga, que, no entanto, nota que a confirmação da autenticidade da autoria só poderá ser feita por especialistas.
O espólio pertence a um cliente da Lello, que quis manter o anonimato. Antero Braga adianta que os documentos deverão ter pertencido ao bisavô do actual proprietário, que terá sido alguém com relações de amizade e de grande proximidade com Guerra Junqueiro.
O espólio é composto por folhas soltas, cartas e outros textos manuscritos, alguns dos quais “parecem ser projectos de livros”, diz o livreiro da Lello. A sua primeira preocupação, em acordo com o proprietário, foi depositar os documentos num banco. Seguir-se-ão contactos com especialistas em Guerra Junqueiro e também com a Biblioteca Nacional, para a definitiva confirmação da autoria.
Antero Braga não sabe ainda que destino é que o proprietário irá depois dar ao espólio. Mas espera que ele possa ser preservado e mantido em Portugal.
Abílio Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta, em 1850. Estudou Teologia, mas formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi funcionário público, e enveredou pela vida política, primeiro como deputado do Partido Progressista, depois abraçando a causa republicana. Como escritor e poeta, tornou-se um dos autores mais populares da sua época, com livros como “A Velhice do Padre Eterno”, “Os Simples”, “Pátria” e “Horas de Combate”. Morreu em Lisboa, em 1923, com 72 anos.
in:PUBLICO

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