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quinta-feira, fevereiro 17, 2011

lendo....

(...) Mas não, vejamos a vergonha, a ignomínia, tudo isso é relativo e deixa minha personalidade fora de jogo. Eles executaram Luís XVI, porque “eles” o tinham como um criminoso sem honra, e tinham razão, do seu ponto de vista; mas os que sofreram o martírio por ele e o colocaram no rol dos santos não tinham igualmente razão? Executou-se em seguida Robespierre, porque era um déspota... Quem tem razão? Quem não tem razão? Ninguém. Aproveita da vida enquanto viveres; amanhã morrerás, como poderia eu ter morrido há uma hora. Vale a pena atormentar-se a gente, quando o pouco tempo que nos resta para viver não é mais que um segundo em face da eternidade?
(...) Que é o mal, que é o bem? Que é preciso amar, que é preciso odiar? Por que é preciso viver e que é o eu? Que é a vida, a morte? E qual é a força que dirige tudo? Só encontrava para todas essas perguntas uma resposta, que não era uma, aliás “Morrerás um dia e tudo acabarás. Morrerás e saberá tudo, ou cessarás de fazer perguntas a ti mesmo.” Mas morrer era também uma coisa terrível.

(...) A sabedoria, a verdade suprema é como um licor muito puro, que desejamos absorver. Poderei julgar-lhe a pureza, se o verto num vaso sujo? Só depois de uma purificação do seu ser íntimo é que posso levar esse precioso licor a certo grau de pureza.
in: Guerra e Paz, Leão Tolstoi

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