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sábado, junho 12, 2010

Radiografia à biodiversidade das ilhas Selvagens (Madeira)

Integrada no programa de trabalho da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, esta é a maior expedição de sempre do género em Portugal, com 77 cientistas participantes.
Sedimentos e amostras de rochas, pássaros, moluscos, bivalves e flora, mamíferos marinhos ou peixes de fundo, a ideia é não deixar nada por registar e inventariar. No dia 30 deste mês, no final da missão M@rbis Selvagens 2010, que está a decorrer desde quarta-feira naquelas ilhas do arquipélago da Madeira, envolvendo três navios e quase 300 pessoas, entre cientistas e guarnições, os responsáveis esperam ter o retrato mais nítido de sempre sobre a riqueza da biodiversidade nas ilhas Selvagens.
Integrada no programa de trabalho da Estrutura de Missão para Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) para além das 200 milhas náuticas - a proposta portuguesa foi apresentada em Abril à Comissão de Limites para a Extensão da Plataforma Continental das Nações Unidas e aguarda resposta -, esta é a maior expedição portuguesa de sempre do género, integrando um total de 77 cientistas de 37 instituições universitárias e de investigação portuguesas e es- trangeiras.
Além da inventariação das espécies que forem encontradas em terra, entre os 70 metros de altitude (o pico maior das Selvagens) e os dois mil de profundidade, no mar, a missão "vai testar também o M@rbis, um sistema de apoio à informação, com uma base de dados", como explicou ao DN Manuel Pinto de Abreu, que dirige a EMEPC e também a missão que está a decorrer nas Selvagens.
Ou seja, à medida que forem recolhendo a informação sobre a biodiversidade, os cientistas vão inserindo essa mesma informação na base de dados e verificar como o sistema se comporta.
Nos 20 dias da sua duração, a expedição às Selvagens tem um programa intensivo. Diariamente, há várias equipas a operar simultaneamente nos diferentes habitats: uma ou duas em terra, na chamada parte seca, uma ou duas também na zona das marés (chamada intertidal ou entremarés), dois grupos de cinco mergulhadores cada na zona de profundidade até aos 30 metros e ainda dois ROV (submarinos robotizados de controlo remoto, operados a partir do navio). Um dos ROV é o Luso, da EMEPC, com capacidade de descida até aos seis mil metros de profundidade.
"Se as condições do mar ajudarem, vamos operá-los diariamente", adiantou o responsável da missão.
E se já há alguns estudos feitos sobre espécies terrestres e marinhas da zona de marés das ilhas Selvagens, a verdade é que não existe um retrato exaustivo de toda a sua biodiverdade, sobretudo no que diz respeito às espécies que vivem a maiores profundidades. Por isso, é exactamente daí que poderão "esperar-se as maiores novidades", como resumiu Manuel Pinto de Abreu.fonte DN, Lisboa

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