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quinta-feira, março 11, 2010

Cérebro de Cro-Magnon reconstituído em 3D

por FILOMENA NAVES- DN
Investigadores franceses digitalizaram interior de crânio  para poderem fazer o molde

Chamam-lhe "o velho", porque o seu crânio praticamente intacto era o de um homem idoso. Dos cinco esqueletos de Homo sapiens descobertos em 1868, no abrigo de Cro-Magnon, em Dordogne, no Sudoeste de França, este era o que tinha o melhor crânio. E foi a partir dele que dois paleoantropólogos franceses conseguiram agora, pela primeira vez, reconstituir em 3D o formato do cérebro desse velho, que é literalmente o mais velho antepassado Homo sapiens (com 28 mil anos) descoberto até hoje na Europa.
O crânio, que está ao Museu do Homem, em Paris, foi digitalizado no interior, graças à utilização de um scanner médico, que permitiu descobrir as suas estruturas anatómicas internas, até agora inacessíveis aos cientistas.
O que os cientistas conseguiram com esta digitalização foi encontrar as "impressões digitais" deixadas pelo cérebro na superfície interna do crânio (o endocrânio), que reflectem por isso a forma e a dimensão do cérebro que o ocupou há muitos milhares de anos.
A partir daí, os investigadores Antoine Balzeau e Dominique Grimaud-Hervé, do CNRS e do Museu de História Natural, em Paris, procederam à modelação em 3D do cérebro, em computador e, posteriormente, encomendaram a uma sociedade especializada a reconstrução física do endocrânio e do cérebro num material plástico.
A observação imediata por parte dos investigadores foi a de que aquele cérebro "era claramente maior do que a média actual". Aquele "era uma cérebro muito musculoso", de acordo com os cientistas franceses.
"Ao longo da evolução nos últimos 50 mil anos, a dimensão corporal do homem diminuiu um pouco e o seu crânio também acompanhou em média essa tendência", explicou Antoine Balzeau, sublinhando que "se conhece bastante bem a evolução do cérebro nos homens pré-históricos muito mais para trás, mas desde o surgimento do Homo sapiens, há cerca de 200 mil anos, conhece-se menos sobre a forma como ele evoluiu em formato e dimensão". Este estudo ajudará nesse sentido.

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