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domingo, agosto 30, 2009

saliva de carraça pode ajudar na cura do cancro

A carraça, um conhecido parasita hematófago transmissor de doenças infecciosas, pode ajudar a curar cancros da pele, fígado e pâncreas através de uma proteína da sua saliva, segundo afirmam investigadores brasileiros.
Ao estudarem um exemplar sul-americano desse aracnídeo que se alimenta do sangue de vertebrados (Amblyomma cajennense), os investigadores descobriram que essa proteína destrói as células cancerosas mas é inofensiva para as células sãs.
"É uma descoberta importante", disse à AFP a responsável pelo estudo, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, investigadora de biologia molecular no Instituto Butantan de São Paulo.
A cientista descobriu a proteína (Factor X activo) por acaso, ao testar as propriedades anticoagulantes da saliva da carraça que lhe permitem manter fluido o sangue dos animais e seres humanos de que se alimenta.
A proteína tem características comuns às de um anticoagulante já conhecido, o TFPI, ou inibidor de tipo Kunitz, que actua também sobre o crescimento das células.
Os resultados dos testes entretanto realizados em ratinhos para verificar se a proteína produzia efeitos sobre as células cancerosas excederam todas as expectativas dos investigadores. "Para nossa grande surpresa, não matou as células sãs, que também foram testadas", afirma a investigadora. "Mas matou as células cancerosas que foram analisadas", realça.
"Se um pequeno tumor de um animal for tratado diariamente durante duas semanas, não só não se desenvolve como diminui. Se for tratado durante 42 dias, desaparece completamente", explica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi.
Para produzir um medicamento serão precisos ainda anos de testes clínicos e grandes investimentos, duas coisas que o Brasil não pode garantir actualmente. "Fazer uma descoberta é uma coisa. Transformá-la em medicamento é outra coisa completamente diferente", sublinha a cientista, que já apresentou um pedido de patente para a proteína da carraça e percorre o mundo a falar da descoberta, que resultou de um trabalho de seis anos.
Esta investigação, ainda não publicada, foi um dos destaques no 22.º Congresso Internacional da Sociedade de Trombose e Hemostasia, realizado em Boston (EUA), em Julho.(in- Expresso)

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