Vaticano defende punição de padres pedófilos
O cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, admite que há padres envolvidos em casos de abusos, como os da Irlanda, mas lembra que essa é uma percentagem muito pequena do clero.
O Vaticano declarou ontem que os padres que estiveram envolvidos em casos de abusos sexuais devem ser julgados e, se for o caso, punidos.
“É verdade que alguns padres estiveram implicados em graves problemas e situações delituosas”, declarou o cardeal Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, numa carta, em francês, publicada no site da congregação (www.clerus.org).
“Evidentemente que será preciso continuar a investigar sobre eles e que será preciso julgá-los de forma correcta e puni-los”, disse o prefeito, garantindo que estes padres são “uma pequena percentagem do clero”.
Na Irlanda, há uma semana, uma comissão de inquérito publicou um relatório que concluiu a existência de abusos sexuais contra crianças, ao longo de quase sete décadas, em instituições geridas por congregações da Igreja Católica.
O relatório da comissão, divulgado após nove anos de investigações, acusou a Igreja de ter guardado o silêncio sobre estes abusos. Tal como o Estado irlandês.
Há cerca de um mês, o Papa Bento XVI tinha lamentado os abusos cometidos contra crianças ameríndias canadianas por parte da Igreja católica, denunciando como “deplorável” a conduta dos membros do clero.
Sobre o caso da Irlanda, o Vaticano tinha deixado, inicialmente, a reacção para a Igreja irlandesa, que disse lamentar esta “vergonha”. Até hoje nenhum dos seus altos responsáveis se tinha pronunciado, incluindo o Papa. A Igreja irlandesa prevê divulgar os resultados da sua própria investigação em Julho. E essa poderá ser, então, uma oportunidade para Bento XVI falar.
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