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segunda-feira, maio 18, 2009

HORA DE NOA - Cabral do Nascimento

Quando na cruz, ao pôr-do-sol, morreu  
O pálido rabi da Galileia,  
Tudo em redor no mundo escureceu  
Só o espírito místico vagueia.  

No nosso pensamento anoiteceu  
A luz da vida, e aniquilou-se a ideia;  
Tudo depois, tudo se perdeu  
No caos da sombra, negra maré cheia!  

E uma chaga no corpo magro e hirto  
Se transformou em flor de mirto,  
Na hora em que Ele encerrava os olhos pretos.  
Hora de Noa, hora d’oiro e sangue…  

E assim, no cálice dessa flor exangue,  
Eu molho a pena, e escrevo os meus sonetos
 
Hora de Noa, 1917
CABRAL DO NASCIMENTO

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